quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A maior tragédia na capital mineira em 40 anos. As enchentes de 1983.



No dia 04 de janeiro de 1983, o jornal Diário de Minas publicou informações acerca das enchentes em Belo Horizonte que foram decorrentes da tromba d’água que atingiu a cidade no dia primeiro daquele mês. 

O “saldo parcial” da tragédia apresentado pelo jornal foi de 45 mortos, 18 desaparecidos, 80 feridos, 16 afogamentos, 36 desabamentos, 11 deslizamentos de terra, 25 casas inundadas, 6 quedas de pontes, 12 quedas de postes, 10 soterramentos, 9 veículos arrastados, 31 transportes de feridos. No total foram 163 atendimentos e o número de desabrigados era de cerca de 2 mil.

De acordo com meteorologistas esta foi a maior tempestade dos últimos anos em Belo Horizonte e a vazão do rio Arrudas chegou a 500 m³/s. Em um artigo o periódico criticou os problemas estruturais da capital e o êxodo rural que “inchava” a cidade. Além disso, argumentou que o próprio periódico “chamou a atenção das autoridades sobre as obras do [rio] Arrudas” reiteradas vezes e que devido à sua “insistência e dos comerciantes da região”, a firma responsável pela obra tomou providências e que isto evitou que o estrago fosse maior.

A matéria informa também acerca da ordem dada pelo gabinete do governador Francelino Pereira para a implosão da Ponte do Perrela. O governo do Estado determinou a limpeza e remoção de escombros pelo DER-MG, assim como a reconstrução imediata de outas pontes.

O deputado estadual Genésio Bernardino afirmou na ocasião que o governo de Minas Gerais não podia se responsabilizar pela catástrofe “porque lutou pela liberação de verbas para obras da infraestrutura na capital”, mas não encontrou receptividade por parte do governo federal. A matéria também faz menção ao investimento de 8 bilhões de cruzeiros nas obras de 2,3 km de canalização do Arrudas, além de 1 bilhão a mais até o fim daquela administração, mais empréstimos já autorizados, porém ainda em negociações, pelo Senado de 9 bilhões.

Muitos foram os esforços empreendidos no socorro às vítimas da chuva, como abrigo, alimentos, roupas e total assistência médica. Uma comissão especial foi criada com o objetivo de coordenar as providências executivas a serem tomadas. 




Diário de Minas, 04/01/1983



2 comentários:

  1. Gostaria de saber quem fez parte desta comissão especial e qual foram as providências tomadas e onde está este relatório. O tempo passa os as enchentes retornam, as construções continuam à beira dos córregos, as Avenidas são implantadas ao longo das bacias e os planos diretores continuam sendo feitos por políticos, sem consulta técnica, onde são construídos novos loteamentos, ou pior invasões de terrenos públicos, sem nenhuma atitude dos dirigentes da nossa capital. Áreas de APP, como faixa de domínio dos córregos, Áreas de grandes declividades, brejos sendo drenados criminalmente, córregos capeados para dar lugar ao transporte e assim por diante. Se em 1983, depois daquela enchente imensa, as autoridades tivessem planejado as soluções, provavelmente ditas neste relatório dessa comissão especial, não teríamos tantas enchentes nos dias atuais.

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  2. Boa noite Carla. Escolhi seu material para fazer citar um pouco no meu tcc. Gostaria de saber seu nome completo para fazer a citação nas referências bibliográficas. Att, Gilberto

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