quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Chuvas causam transtorno em Belo Horizonte no início de 1983.



No dia 21 de janeiro de 1983 o Diário de Minas publicou uma matéria sobre o perigo de inundação no bairro Pirajá, trazendo junto as doenças típicas da água contaminada das enchentes. Já no dia 25 o jornal noticiou que o número de desabrigados passava de 3 mil e que cresceram consideravelmente o número de solicitações na Secretaria Municipal de Saúde para o combate a ratos e escorpiões em diversos bairros da cidade. 
Dois dias depois o periódico veiculou uma nota sobre a morte de mais três pessoas em consequência das chuvas e citou as interdições de estradas no interior do estado.
No dia 29 de janeiro uma matéria do jornal focou os aspectos do início das obras de recuperação em BH, no que dizia respeito à malha viária, depois das chuvas do começo do mês. No total, estavam previstas obras para a recuperação de 700km de vias, dando-se prioridade àquelas onde o fluxo de transporte coletivo é mais intenso.
O mês de fevereiro começou com quase 20 escolas sem aulas, uma vez que muitos flagelados estavam abrigados em seus prédios. 16 escolas estaduais tiveram o início das aulas remarcado para o dia 17 de fevereiro, em consequência da falta de condições sanitárias.
O Diário de Minas salientou que para recuperar BH seriam necessários 6 bilhões de cruzeiros . O presidente da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais, Nylton Velloso, solicitou ao Secretário da Fazenda, Paulo Haddad, uma prorrogação do prazo para entrega dos laudos periciais referentes aos danos causados aos comerciantes em BH.

Diário de Minas, 21/01/1983. 
Diário de Minas, 25/01/1983. 
Diário de Minas, 27/01/1983. 
Diário de Minas, 29/01/1983
Diário de Minas, 03/02/1983.
Diário de Minas, 04/02/1983.
Diário de Minas, 05/02/1983.



Chuvas em Minas Gerais – a situação das cidades do interior segundo o Diário de Minas.



Durante os meses de janeiro e fevereiro de 1983 o Diário de Minas informou sobre a situação das cidades do interior que sofriam com as chuvas intensas naquela ocasião. 
A previsão meteorológica para janeiro era de ocorrência de chuvas contínuas nas Zonas da Mata e Metalúrgicas e no Triangulo Mineiro. Já no final de janeiro o número total das ocorrências efetuadas pela CEDEC no Estado contabilizavam 181 os municípios atingidos.
Em nota o periódico elencou as cidades mais atingidas pelas fortes chuvas: Barbacena, Caratinga, Diamantina, Governador Valadares, Juiz de Fora, Lavras, Pedra Azul e Pirapora.
As cidades de Virgem da Lapa, Três Corações e Ubá também sofreram com inundações e desabamentos e duas crianças morreram em Simão Pereira. 
Com relatos de estradas com trechos impedidos por deslizamentos e/ou inundações muitas viagens ao interior do estado foram canceladas em decorrência do péssimo estado das estradas após as chuvas. São citadas as cidades de Brumadinho, Suzana, Bonfim, Esmeraldas e Caio Martins.
Em fevereiro as cidades mais atingidas eram Araxá, Bambuí, Capinópolis, João Pinheiro, Patos de Minas, Sete Lagoas, Arinos e Paracatu. A cidade de Estrela do Sul decretou estado de calamidade pública;
O rio São Francisco transbordou entre Piumhí e Bambuí, deixando a ponte São Leão inundada, e em Pirapora, onde 194 pessoas ficaram desabrigadas.
Segundo o balanço da CEDEC o mês de fevereiro teve início com 4036 desabrigados, 1241 casas destruídas, 1605 casas danificadas, 42 pontes danificadas, 37 pontes destruídas, 219 municípios atingidos, 84 mortos.


Diário de Minas, 20/01/1983. 

Diário de Minas, 25/01/1983.

Diário de Minas, 02/02/1983.

Diário de Minas, 05/02/1983.





Rio Arrudas



Em 20 de janeiro de 1983 o Diário de Minas veiculou uma matéria sobre um documento elaborado pela SME, o IAB e a AMDA que seria entregue ao governador Tancredo Neves, abordando sete itens e trazendo possíveis soluções para os problemas do rio Arrudas.
Segundo o presidente da SME, Aloísio Vasconcelos: 
“A cidade deve ser olhada através das prioridades, e a primeira delas é, sem dúvida, o Rio Arrudas”. (...) Nós, engenheiros, achamos que até o subemprego é desejável, desde que isso fixe o homem nas periferias, como por exemplo, por meio de mutirão. (...) Somos a favor de que se crie condições de moradias não pelo sistema financeiro BNH, porque isto não permite a erradicação de favelas inseguras (...). Sugerimos que esta construção seja através do Finsocial (...). Outra coisa que é necessária para a cidade seria a criação de cidades diques para evitar a vinda do homem do interior para a cidade, pois BH precisa parar de receber pessoas (...). É preciso que se humanize a cidade e de faça um cinturão para evitar a vinda do homem do campo para a cidade”. 

Na mesma ocasião, o vereador Antônio Carlos Carone fez um pedido para que fosse realizado um sorteio extra da Loteria do Estado de MG, com a renda revertida aos desabrigados da enchente do Rio Arrudas.

No dia 08 de fevereiro de 1983 o Diário de Minas publicou uma nota acerca da constituição da CPI sobre a situação do Rio Arrudas, na CMBH. A CPI visava debater os problemas e as soluções para as recorrentes enchentes do rio, assim como a aplicação de recursos. Posteriormente o jornal informou sobre a ação judicial movida pelos moradores do Conjunto Habitacional Tereza Cristina, no bairro Calafate, que fica às margens do Rio Arrudas, contra a PBH e o BNH, pedindo indenizações pelas perdas e danos causados pela enchente.



Diário de Minas, 20/01/1983. 

Diário de Minas, 08/02/1983. 

Diário de Minas, 09/02/1983.


Conjunto Habitacional Morro Alto



O conjunto habitacional Morro Alto localizado em Vespasiano foi tema de várias matérias veiculadas pelo Diário de Minas em janeiro e fevereiro de 1983. No dia 20 de janeiro o jornal informou sobre o início das transferências dos desabrigados das chuvas do começo do mês, em BH, para as novas casas no Conjunto Habitacional Morro Alto. Estiveram presentes no conjunto o Arcebispo de Belo Horizonte D. João Resende Costa, o Arcebispo auxiliar D. Serafim Fernandes de Araújo e o Bispo auxiliar D. Arnaldo Ribeiro, juntamente com o Secretário de Estado de Obras Públicas Celso Mello de Azevedo para acompanhar de perto as obras finais. Já no dia 26 de janeiro o jornal informava que 310 famílias estavam vivendo no conjunto habitacional. No dia 28 o número já havia subido para 500 famílias transferidas por estarem desabrigadas após a enchente do Rio Arrudas. No dia 02 de fevereiro desabrigados das chuvas que se encontravam alojados no Grupo Científico Ramatis também foram transferidos. No dia 03 de fevereiro o Ministro do Interior Mário Andreazza, o Governador Francelino Pereira e o Secretário de Estado de Obras Públicas Celso Mello de Azevedo visitaram o Conjunto Morro Alto, em Vespasiano.


Diário de Minas, 20/01/1983.

Diário de Minas, 26/01/1983.

Diário de Minas, 28/01/1983. 

Diário de Minas, 02/02/1983. 

Diário de Minas, 03/02/1983. 



Chuvas e deslizamentos em Belo Horizonte.



No dia 19 de janeiro de 1983 uma matéria do Diário de Minas relatou as consequências do deslizamento de terra na favela Beco da Saudade que deixou 7 mortos, dentre eles 4 crianças, além de uma pessoa desaparecida. Os moradores retiravam seus pertences quando foram soterrados.

O jornal emitiu um alerta para o perigo de mais deslizamentos devido as chuvas que caiam na cidade naquela ocasião e salientou o fato da terra estar muito fofa e instável. A matéria diz ainda que o Estado poderia ser indiretamente responsabilizado pela tragédia, de acordo com o vereador e advogado da União dos Trabalhadores da Periferia de Belo Horizonte, Obregon Gonçalves: “Caso as pessoas que foram atingidas pelo desabamento venham promover uma ação cível contra o responsável pelo desmoronamento, e neste caso, estão afirmando ser a COPASA, o Estado estaria ligado por ser a Companhia responsável por água e esgoto de nossa cidade”.

A COPASA emitiu parecer se isentando de qualquer responsabilidade pelo desabamento ocorrido no Beco da Saudade. As redes de água pluvial, de esgoto, água potável, energia elétrica e telefone ficaram comprometidas na ocasião. 



Diário de Minas, 19/01/1983.

2 bilhões para a recuperação de Belo Horizonte em 1983.



Em janeiro de 1983 o jornal Diário de Minas veiculou uma matéria acerca da liberação de mais de 2 bilhões de Cruzeiros em recursos para a recuperação de Belo Horizonte após a enchente que atingiu a cidade. Os recursos deveriam ser, imediatamente aplicados, nas obras de recuperação da malha viária danificada. A Metrobel preparou um relatório sobre a necessidade de recuperação da capital após as chuvas, bem como os valores das obras.


Diário de Minas, 18/01/1983.

Situação de emergência em Belo Horizonte no início de 1983



A CEDEC declarou situação de emergência em Belo Horizonte, depois da tromba d’água do início daquele ano, que causou a enchente dos córregos do Nado e do Leitão, do Ribeirão do Onça e do Ribeirão Arrudas.

Diretores da Cruz Vermelha visitaram a CEDEC, oferecendo auxílio como abrigo, alimentos, assistência médica e roupas aos desabrigados. Houve ainda uma proposta feita pelos mesmos de uma campanha oficial de arrecadação de doações. A Secretaria Estadual de Saúde informou sobre a distribuição de um manual contendo considerações a respeito de medidas a serem observadas visando à prevenção de doenças.

Para o Diário de Minas, “mais uma vez ficou provado que Belo Horizonte não está capacitada para enfrentar problemas dessa natureza” e que a própria população também não está preparada, pois, não existe órgão que instrua como agir nestes casos.

A matéria faz uma relação dos locais mais atingidos pelas enchentes: Primeiro de Maio, Minas Brasil, Perrela, Cabana Pai Tomás, Nova Suíssa, Favela da Serra, Rua dos Guaicurus, Favela Santa Lúcia, Av. Silviano Brandão, Praça Rui Barbosa, Av. Santos Dumont, Trevo de Sabará, Av. Cristiano Machado, Anel Rodoviário na altura do bairro Padre Eustáquio, Av. Antônio Carlos, Rua Corumbá, Av. Méier, Pirajá, Favela São Bernardo, Ressaca, Av. Afonso Pena, Viaduto da Floresta, Via Expressa na altura da Rua Extrema, proximidades Da Toca da Raposa. 

A Rede Ferroviária Federal se encontrava parada devido a queda de barreiras e alagamentos nas linhas. A Federação do Comércio estimou que os prejuízos com as enchentes chegassem a 3 bilhões de cruzeiros. O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista afirmou que o abastecimento de cereais e mercadorias como material de limpeza e higiene estava comprometido temporariamente.

A grande preocupação dos comerciantes era com a perda de documentos, livros contábeis e notas fiscais. Os mesmos manifestaram às autoridades alguns benefícios fiscais (protelamento do prazo para pagamento de impostos, parcelamento do ICM, abertura de novas linhas de crédito e prorrogação de dívidas bancárias).



Diário de Minas, 04/01/1983

A maior tragédia na capital mineira em 40 anos. As enchentes de 1983.



No dia 04 de janeiro de 1983, o jornal Diário de Minas publicou informações acerca das enchentes em Belo Horizonte que foram decorrentes da tromba d’água que atingiu a cidade no dia primeiro daquele mês. 

O “saldo parcial” da tragédia apresentado pelo jornal foi de 45 mortos, 18 desaparecidos, 80 feridos, 16 afogamentos, 36 desabamentos, 11 deslizamentos de terra, 25 casas inundadas, 6 quedas de pontes, 12 quedas de postes, 10 soterramentos, 9 veículos arrastados, 31 transportes de feridos. No total foram 163 atendimentos e o número de desabrigados era de cerca de 2 mil.

De acordo com meteorologistas esta foi a maior tempestade dos últimos anos em Belo Horizonte e a vazão do rio Arrudas chegou a 500 m³/s. Em um artigo o periódico criticou os problemas estruturais da capital e o êxodo rural que “inchava” a cidade. Além disso, argumentou que o próprio periódico “chamou a atenção das autoridades sobre as obras do [rio] Arrudas” reiteradas vezes e que devido à sua “insistência e dos comerciantes da região”, a firma responsável pela obra tomou providências e que isto evitou que o estrago fosse maior.

A matéria informa também acerca da ordem dada pelo gabinete do governador Francelino Pereira para a implosão da Ponte do Perrela. O governo do Estado determinou a limpeza e remoção de escombros pelo DER-MG, assim como a reconstrução imediata de outas pontes.

O deputado estadual Genésio Bernardino afirmou na ocasião que o governo de Minas Gerais não podia se responsabilizar pela catástrofe “porque lutou pela liberação de verbas para obras da infraestrutura na capital”, mas não encontrou receptividade por parte do governo federal. A matéria também faz menção ao investimento de 8 bilhões de cruzeiros nas obras de 2,3 km de canalização do Arrudas, além de 1 bilhão a mais até o fim daquela administração, mais empréstimos já autorizados, porém ainda em negociações, pelo Senado de 9 bilhões.

Muitos foram os esforços empreendidos no socorro às vítimas da chuva, como abrigo, alimentos, roupas e total assistência médica. Uma comissão especial foi criada com o objetivo de coordenar as providências executivas a serem tomadas. 




Diário de Minas, 04/01/1983



Autoridades se mobilizam devido ao caos das enchentes de 1979.



No início de fevereiro de 1979, o Diário de Minas noticiou o encontro do Governador de Minas Gerais, Ozanam Coelho, com o Ministro do Interior, Rangel Reis, onde foi apresentado ao ministro um relatório oficial dos prejuízos e da situação em que se encontrava Minas Gerais após as fortes chuvas que causaram enchentes em diversas cidades do estado. Segundo o periódico, a mobilização do governo estadual, não era só imediata, mas a médio e longo prazo, a fim de garantir a recuperação das áreas mais atingidas.

O jornal também informou sobre a chegada à Minas Gerais de um carregamento de vacinas e remédios enviado pelo Ministério da Saúde, bem como a liberação parcial da BR-262 para as cidades de Governador Valadares, Nova Era e João Monlevade, apesar da situação ainda ser crítica, sem a possibilidade de tráfego rodoviário pesado. Governador Valadares ficou entre as 73 cidades isoladas, sem energia elétrica e com problemas no abastecimento de água.

Diário de Minas, 07/02/1979. 

Diário de Minas, 08/02/1979.



Autoridades se mobilizam devido ao caos das enchentes de 1979.



No início de fevereiro de 1979, o Diário de Minas noticiou o encontro do Governador de Minas Gerais, Ozanam Coelho, com o Ministro do Interior, Rangel Reis, onde foi apresentado ao ministro um relatório oficial dos prejuízos e da situação em que se encontrava Minas Gerais após as fortes chuvas que causaram enchentes em diversas cidades do estado. Segundo o periódico, a mobilização do governo estadual, não era só imediata, mas a médio e longo prazo, a fim de garantir a recuperação das áreas mais atingidas.

O jornal também informou sobre a chegada à Minas Gerais de um carregamento de vacinas e remédios enviado pelo Ministério da Saúde, bem como a liberação parcial da BR-262 para as cidades de Governador Valadares, Nova Era e João Monlevade, apesar da situação ainda ser crítica, sem a possibilidade de tráfego rodoviário pesado. Governador Valadares ficou entre as 73 cidades isoladas, sem energia elétrica e com problemas no abastecimento de água.

Diário de Minas, 07/02/1979. 

Diário de Minas, 08/02/1979.



Balanço do caos.



No dia 06 de fevereiro de 1979, o jornal Diário de Minas apresentou um balanço da enchente que atingiu Minas Gerais naquele período. Ao todo eram 136 cidades em estado de emergência, sendo 31 cidades isoladas, 142 mortos, doenças, animais peçonhentos, sujeira, estradas interditadas por quedas de pontes e barreiras, cidades sem energia, água e gás, quase 65 mil desabrigados. Em nota o jornal alertou a população para a previsão de mais quatro dias de chuva, de acordo com o Serviço Meteorológico, além dos esforços empreendidos para amenizar as consequências.

A cidade de Governador Valadares, que também se encontrava em estado de emergência, foi colocada como um ponto estratégico a fim de receber e distribuir alimentos, vacinas, remédios, roupas, para as cidades da região. 



Diário de Minas, 06/02/1979.

Avaliação dos danos causados pelas chuvas.



No dia 03 de fevereiro de 1979, o Diário de Minas veiculou uma matéria acerca de reuniões e encontros de autoridades e órgãos públicos, com o objetivo de avaliar e discutir as perdas e danos causados pelas chuvas e enchentes, além de um rápido balanço dos números da tragédia: 133 cidades atingidas, 58 mortes e 17.918 desabrigados. O Serviço Meteorológico previa que a frente de chuvas estacionada sobre Minas havia se deslocado para o sul do estado, esperando-se uma melhoria nas condições climáticas no norte de Minas Gerais. Governador Valadares foi listada como uma das cidades com maior índice pluviométrico no estado. 



Diário de Minas, 03/02/1979.

Estado de calamidade pública foi decretado em Minas Gerais após chuvas no início de 1979.



No dia 1º de fevereiro de 1979 o Diário de Minas informou sobre a situação em que se encontrava o Estado em decorrência das chuvas que haviam caído nos últimos 25 dias. Uma reunião foi realizada no Palácio dos Despachos entre a CEDEC, representantes do GEACAP, do Ministério do Interior e Justiça, do DER/MG, da SUPAM, da SUDENOR e da SUDENE, com o objetivo principal de avaliar e discutir os prejuízos causados e definir a melhor aplicação de recursos a fim de ajudar a população das áreas atingidas.

Já no dia 02 o jornal anunciou a decretação do estado de calamidade pública em Minas Gerais pelo governo federal. Devido ao grande volume de chuva que caia sobre o estado, trinta linhas de ônibus intermunicipais estavam com suas operações paralisadas. O Vale do Rio Doce era uma das regiões com as estradas em estado crítico e precário devido às chuvas. Em nota, o jornal também informou que o secretário de saúde, Francisco Gilberto Reis Araújo, determinou a instalação, na Assessoria de Serviços Gerais e em cada um dos 16 Centros Regionais de Saúde, de um plantão telefônico 24 horas, em caráter provisório, a fim de atender as necessidades médicas de qualquer região do estado causadas pelas chuvas e enchentes. De acordo com o periódico, eram cento e vinte e três cidades atingidas, quatro ilhadas, cinquenta e oito mortos e mais de vinte mil pessoas desabrigadas. 

Diário de Minas, 01/02/1979.



Diário de Minas, 02/02/1979.

Situação caótica vivida por Valadares após enchente.



Segundo o jornal Estado de Minas, a CEDEC de Governador Valadares informou que em meados de fevereiro eram aproximadamente 15 mil desabrigados e seis mortos na cidade. A inundação do rio atingiu, mesmo que parcialmente, 76 cidades e por isto não existiam números exatos de desabrigados e mortos de toda a região. 

O jornal reproduziu uma fala do subcoordenador do município, Sargento Valadares Simões, acerca da situação das áreas atingidas que apresentavam cerca de mais de um metro e meio de lama nas ruas e casas que permaneceram de pé. O sargento também versou sobre a questão da proliferação de doenças e reafirmou a importância do envio de vacinas e remédios, assim como o envio de alimentos para os flagelados. 

A situação de Governador Valadares era caótica: muitos desabrigados, poucos locais para alocá-los, além de muita lama e sujeira. O nível do Rio Doce ainda não havia baixado em algumas áreas e o prefeito pediu à Marinha uma draga, a fim de fazer o rebaixamento do leito do rio, pelo menos nas áreas urbanas.

Estado de Minas, 13/02/1979. 

Estado de Minas, 24/02/1979. 



“No Vale do Rio Doce, a pequena amostra do dilúvio”.



No dia 10 de fevereiro de 1979 o Estado de Minas noticiou uma das maiores enchentes vividas pelos moradores do Vale do Rio Doce. A matéria destacou a movimentação de aviões de guerra, de carreira e também de helicópteros, entre os aeroportos da Pampulha em Belo Horizonte e o de Governador Valadares, levando carregamentos de alimentos, vacinas e remédios para os desabrigados da região. 

Em Valadares as áreas mais atingidas pela chuva ocorrida três dias antes compreendiam alguns bairros periféricos e a Ilha dos Araújos. Nesta localidade, cerca de 12 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, sendo previsto um prejuízo não só de moradias, mas também no comércio da região, que era significativo. Houve registro de algumas discussões entre moradores da Ilha e de outros bairros afetados, acerca da atenção dispensada pela prefeitura a um e outro, entretanto, o jornal informou que “prevaleceu o espírito de solidariedade”. Alguns fazendeiros da região se reuniram a fim de arrecadar fundos para a reconstrução de casas, além de fornecerem leite e água potável aos moradores.

O engenheiro Felipe Nery do Serviço Autônomo de Águas e Esgoto (SAAE) disse ao jornal que seria preciso que o Rio Doce baixasse cerca de 60 cm para que o fornecimento de água fosse restabelecido, porém, no dia anterior à publicação da matéria, o nível do rio havia subido. A matéria observou ainda que a preocupação maior naquele momento residia nos desabrigados de origem mais humilde, e apresenta rapidamente dois exemplos:

A reportagem abordou também o impacto que a enchente teria na economia de Governador Valadares. As lavouras de subsistência da região foram arrasadas junto com pequenas criações. O jornal ressalta que, apesar da gravidade de situação, até aquele momento o prefeito da cidade, Raimundo Monteiro de Resende, não havia decretado o Estado de Calamidade Pública e, quando questionado, respondeu que tal ato caberia ao Governador do Estado de MG. 

Dentre outras providências, comissões foram formadas a fim de auxiliar na atuação durante o Estado de Emergência e fazer reivindicações junto ao governador. Há ainda uma nota referente à visita do Coronel Waldir Soares de Souza, Secretário Executivo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), que percorreu todas as áreas atingidas e entregou à cidade milhares de doses de vacinas.

Estado de Minas, 10/02/1979.



Doação de alimentos para os desabrigados.



Uma nota do jornal Estado de Minas informou no dia sete de fevereiro de 1979 sobre a chegada à Governador Valadares, no dia anterior, de um avião da Força Aérea Brasileira, levando 12 mil quilos de alimentos, vacinas, remédios e uma bomba de sucção em prol dos moradores que sofriam com uma grande enchente na cidade. Contava-se 13 mil desabrigados e as ligações rodoviárias estavam interrompidas. 

Já no dia 08 de fevereiro de 1979 o periódico publicou uma nota informando sobre a entrega de 30 toneladas de alimentos feita pela Secretaria da Saúde, no hangar do governo na Pampulha, a fim de também serem levados à Governador Valadares e outras cidades atingidas pelas chuvas naquele mês. Além disso, o EM mencionou que já eram contabilizados 20 mil desabrigados na região Vale do Rio Doce e que com a queda de dezessete barreiras e duas pontes, a ligação da cidade com Belo Horizonte continuava irregular.

Estado de Minas, 07/02/1979. 



Estado de Minas, 08/02/1979.

Um panorama das cidades atingidas por chuvas em Minas.



Em 1º fevereiro de 1979 o jornal Estado de Minas noticiou a anormalidade do volume de chuva caída nos últimos dias em algumas cidades mineiras. Tal anormalidade seria decorrente de uma frente fria que estava sobre o estado.

A matéria cita Governador Valadares como a cidade em que mais choveu no período, 582,2mm, sendo que o normal para o período é 110,8mm.

Já no dia 06 daquele mesmo mês, o jornal anunciou que o governo de Minas Gerais havia decretado estado de emergência. A matéria apresentou um panorama geral e rápido sobre a situação de várias cidades de Minas Gerais que foram atingidas pelas chuvas do início do ano. 

Uma nota informou sobre a situação de Governador Valadares depois das chuvas que provocaram o transbordamento do Rio Doce. O município naquele momento estava com o fornecimento de água potável interrompido e sem gás. O bairro mais atingido foi a Ilha do Araújos, sendo totalmente inundado. Houve a retirada de 1800 famílias (cerca de 6 mil pessoas). De 70 a 80 km de ruas da cidade estavam alagadas. Além da Ilha, o EM enumerou os seguintes bairros com situação precária: São Pedro, São Paulo, Santa Rita, São Tarcísio, Santo Antônio e Santa Terezinha. O delegado Oswaldo Moura Filho informou ao jornal que até o momento 10 pessoas haviam morrido. 

Na mesma edição o periódico publicou uma matéria sobre o transbordamento do Rio Doce e os transtornos causados no estado do Espírito Santo, principalmente em Colatina, Linhares e Baixo Guandú.

Estado de Minas, 01/02/1979.

Estado de Minas, 06/02/1979.


Chuvas mobilizam autoridades e moradores do Vale do Rio Doce.



No início de dezembro de 1980, o Diário do Rio Doce noticiou uma enchente provocada por uma tromba d’água caída na cidade de Nova Módica no dia 10/12/1980, deixando cerca de 700 pessoas desabrigadas. Uma ponte que ligava a cidade à Rio-Bahia foi destruída, 4 pessoas morreram no temporal. O Corpo de Bombeiros de Governador Valadares enviou guarnição para prestar socorro. A coordenação da Defesa Civil com sede no 6º BPM informou ao jornal que até o dia 11/12/1980 a região do Rio Doce e adjacências estava normal, porém com o tempo nublado. De acordo com medição feita pela CENIBRA, em Belo Oriente, às 18h do dia 11/12/1980 a situação do Rio Doce era: 4,74m de altura e vazão de 759m³ por segundo. Na ocasião, o governador de Minas Gerais, Francelino Pereira visitou a cidade de Nova Módica após a tromba d’água. O jornal ainda informou em nota sobre o nível do Rio Doce. De acordo com a medição feita pela CENIBRA no dia 12/12/1980, o rio estava com 4,35m de altura e 606m³ por segundo de vazão e com exceção das cidades de Manhuaçu, Caratinga e Carangola, o tempo permanecia estável. 

No dia 14 de dezembro, o comandante do 6º BPM e coordenador regional da Defesa Civil, Coronel Jair Alves Pinheiro, fez um apelo aos valadarenses para que fizessem doações aos desabrigados da chuva de Nova Módica. Já a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil pediu que houvesse uma união de forças com o intuito de limitar os riscos e as perdas sofridas a que estavam sujeitas a população. Pediu-se também uma especial atenção às favelas. 

Diário do Rio Doce, 12/12/1980. 

Diário do Rio Doce, 13/12/1980. 

Diário do Rio Doce, 14/12/1980.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Espera pela volta para casa.




De repente...


. Diário do Rio Doce, 19/12/1997.

"Caos, lama e muito água".

Diário do Rio Doce, 17/12/1997.

Diário do Rio Doce, 18/12/1997.

Diário do Rio Doce, 18/12/1997.


Em dezembro de 1997 a cidade de Governador Valadares vivenciou uma das maiores enchentes de sua história. No bairro Pérola o problema era causado pelo aterramento de uma lagoa.

Segundo o Diário do Rio Doce, “de um extremo ao outro da cidade, o que se viu foi caos, lama e muito água”. Na BR-116, especialmente nas áreas de travessia urbana, o trânsito foi interrompido. O córrego Figueirinha voltou a transbordar invadindo várias casas do bairro Santa Teresinha. Os bairros Planalto, Água Mineral, Palmeiras, Jardim Pérola, Vila Isa, Turmalina, além de várias ruas do centro, também ficaram alagados. 

Inundação e prejuízos.



Diário do Rio Doce, 02/12/1997.



Diário do Rio Doce, 02/12/1997.



O primeiro final de semana do mês de dezembro de 1997 foi marcado por muita chuva e prejuízos na cidade de Governador Valadares. Desabamentos foram registrados no Morro da Carapina, Mãe de Deus e Santo Antônio, mas sem vítimas. Um posto de gasolina localizado às margens da BR-116 ficou completamente alagado. A água atingiu 1,5m de altura e vários carros ficaram submersos. Parte do asfalto da ponte sobre o Córrego do Onça cedeu. A ponte servia de ligação entre os bairros Santa Rita e o centro.

O Diário do Rio Doce apontou como a principal causa dos alagamentos a incompatibilidade ou inexistência de um sistema de drenagem da água da chuva.
Apesar da Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC) ter trabalhado em regime de plantão durante o fim de semana, os moradores da Ilha dos Araújos produziram um abaixo assinado com 300 assinaturas que seria entregue ao Prefeito como tentativa de mobilizar o poder público para as questões relativas às inundações que ocorriam na Ilha todos os anos. 





Diário do Rio Doce, 02/12/1997.

Como drenar?

Diário do Rio Doce, 11/12/1997.

Diário do Rio Doce, 12/12/1997.

Em 11 de dezembro de 1997, o repórter Sander Neves noticiou nas páginas do Diário do Rio Doce que, ao contrário do que a população imaginava, as bocas-de-lobo entupidas não eram a causa dos alagamentos na região central de Governador Valadares.
De acordo com informações cedidas pelo SEMOV, o problema era a não conclusão dos projetos de drenagem para as principais vias do município. Havia bocas-de-lobo, mas não havia sistema de drenagem. Os pontos mais críticos eram as ruas Israel Pinheiro, Belo Horizonte, Marechal Floriano e Sete de Setembro.
O jornal voltou a pedir que as autoridades municipais resolvessem o problema de drenagem das águas de enxurrada que se acumulavam no viaduto conhecido como Mergulhão. 

Outra vez...

Diário do Rio Doce, 10/12/1997. 

Diário do Rio Doce, 10/12/1997. 


Em 10 de dezembro de 1997 o Diário do Rio Doce publicou uma reportagem sobre uma nova inundação no Mergulhão. Segundo o jornal, a água atingiu um metro de altura e duas pessoas ficaram ilhadas sobre um carro. A Comissão Municipal de Defesa Civil admitiu que o problema no viaduto era crônico e que não sabia como resolvê-lo.

Outro problema apontado no jornal em um texto escrito por Antônia Izanira Lopes de Carvalho era o do lixo. Segundo a autora, tanto a prefeitura quanto os moradores eram culpados pelas inundações, uma vez que o acúmulo de lixo nas ruas era responsabilidade tanto do poder público quanto dos habitantes da cidade. 

Xeque-mate.

Diário do Rio Doce, 04/12/1997.

No dia 04 de dezembro de 1997 o Diário do Rio Doce voltou a noticiar os alagamentos que aconteceram na região central de Governador Valadares após uma forte chuva.
Questionada, a direção do SEMOV declarou que, apesar de conhecer o problema, a falta de verbas e o número pequeno de funcionários inviabilizavam os trabalhos de manutenção da rede de drenagem da cidade.
Além de ter que lidar com os engarrafamentos, os moradores ainda temiam contrair doenças através do contato com as águas da inundação. 

Chuvas e o centro de Valadares.

Santo. Diário do Rio Doce, 04/12/1997.

Inundação e prejuízos.

Diário do Rio Doce, 02/12/1997.

Diário do Rio Doce, 02/12/1997.



O primeiro final de semana do mês de dezembro de 1997 foi marcado por muita chuva e prejuízos na cidade de Governador Valadares. Desabamentos foram registrados no Morro da Carapina, Mãe de Deus e Santo Antônio, mas sem vítimas. Um posto de gasolina localizado às margens da BR-116 ficou completamente alagado. A água atingiu 1,5m de altura e vários carros ficaram submersos. Parte do asfalto da ponte sobre o Córrego do Onça cedeu. A ponte servia de ligação entre os bairros Santa Rita e o centro.

O Diário do Rio Doce apontou como a principal causa dos alagamentos a incompatibilidade ou inexistência de um sistema de drenagem da água da chuva.
Apesar da Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC) ter trabalhado em regime de plantão durante o fim de semana, os moradores da Ilha dos Araújos produziram um abaixo assinado com 300 assinaturas que seria entregue ao Prefeito como tentativa de mobilizar o poder público para as questões relativas às inundações que ocorriam na Ilha todos os anos. 





Diário do Rio Doce, 02/12/1997.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Alívio temporário.


Diário do Rio Doce, 27/11/1997. 

Em novembro de 1997, os moradores de Governador Valadares puderam se refrescar um pouco com a chuva que caiu na cidade entre os dias 25 e 26 de novembro. Apesar de aliviar o calor de 40 graus, a chuva não trouxe só alegrias para os moradores.

Mesmo com a limpeza dos bueiros da região central noticiada pelo Diário do Rio Doce em outubro do mesmo ano, o centro da cidade voltou a ficar alagado. 

É só o início...



Santo. Diário do Rio Doce, 28/11/1997.


A charge acima reproduzida faz referência ao início do período chuvoso do ano de 1997. 

Desobstrução das redes pluviais.



Diário do Rio Doce, 01/10/1997.

Em 1º de outubro de 1997, o Diário do Rio Doce noticiou que o SEMOV havia iniciado trabalhos para desobstrução das redes pluviais do município de Governador Valadares como meio de minimizar os alagamentos causados pela acúmulo de água das chuvas.
O Mergulhão, ponto frequente de alagamentos,teve suas válvulas de sucção trocadas. Outro local que recebeu atenção foi o Córrego do Onça no bairro São Cristóvão. 

sábado, 12 de outubro de 2013

Enchente, política e economia.

Diário do Rio Doce, 19/01/1997.



O Diário do Rio Doce noticiou em 19 de janeiro de 1997 que o prefeito da cidade de Governador Valadares, José Bonifácio Mourão, apresentaria um relatório ao governador de Minas especificando os prejuízos da cidade com as enchentes daquela ocasião. 

O prefeito apontou que os prejuízos chegaram a 26,6 milhões de reais. 

Nem tão diferentes assim...



Celim. Diário do Rio Doce, 11/01/1997.

Em sua charge, Celim aborda as diferenças econômica e social entre os bairros Carapina e Ilha dos Araújos.

A Ilha era um bairro ocupado por famílias ricas. Mesmo assim não estava imune aos problemas causados pelas chuvas. 

Enchente causa crise econômica em Valadares.

Diário do Rio Doce, 09/01/1997.

Em 09 de janeiro de 1997 o Diário do Rio Doce publicou uma reportagem sobre os prejuízos econômicos que a enchente daquele mês estava provocando na economia do município de Governador Valadares. 
Segundo o periódico, diversas empresas e lojas tiveram que paralisar suas atividades por causa das inundações. Comerciantes e empresários estudavam maneiras de driblar a crise. 

Estado de calamidade pública em Governador Valadares.

Diário do Rio Doce, 07/01/1997.

Diário do Rio Doce, 07/01/1997.

Em janeiro de 1997 aconteceu uma das maiores enchentes da história de Governador Valadares. Na edição do dia 07 de janeiro de 1997, o jornal Diário do Rio Doce apresentou dados impressionantes sobre os desabrigados de acordo com os bairros mais atingidos:
Ilha dos Araújos: 11.426 pessoas desabrigadas.
Bairro São Paulo: 9.558 pessoas desabrigadas.
Bairro São Pedro: 6.729
Santa Rita: 5.337
Santa Teresinha: 4.644
Ao todo eram cerca de 42.000 moradores, entre desalojados e desabrigados. A COMDEC colocou 21 locais à disposição da população, além de casas e garagens que outros moradores ofereciam.  
Segundo o DRD, as pessoas tentavam salvar roupas, alimentos e os animais de estimação, já que móveis e outros objetos estavam comprometidos.



Diário do Rio Doce, 07/01/1997.


Diário do Rio Doce, 07/01/1997.

Alerta em janeiro de 1997.

Em 05 de janeiro de 1997 o jornal Diário do Rio Doce noticiou a preocupação dos moradores dos bairros ribeirinhos de Valadares com a cheia do Rio Doce. Além disso, o periódico destacou as medidas que estavam sendo tomadas pelo poder público: monitoração do nível do leito do rio, assistência às famílias e cooperação com o Corpo de Bombeiros. Naquela ocasião 7 famílias estavam desabrigadas. 


Diário do Rio Doce, 05/01/1997.

Diário do Rio Doce, 05/01/1997.