terça-feira, 16 de julho de 2013

Enchente do Rio Doce.


“Enchente do Rio Doce invade bairros e deixa 500 flagelados”. Foi com essa manchete que o Diário do Rio Doce fechou o ano de 1979. O jornal realizou um balanço da população que estava abrigada em escolas por causa das chuvas: 496 pessoas recolhidas pela operação conjunta ente a PM, os Bombeiros e a Prefeitura da cidade. A Defesa Civil organizou 4 comissões para prestar ajuda aos cidadãos que ficaram sem casa. São elas: comissão médico-sanitária, alimentação, vestuário e imprensa.




O periódico publicou ainda 8 fotografias de áreas inundadas, da operação da PM e da Defesa Civil e também retratou os desabrigados.



  Diário do Rio Doce, 30/12/1979.






Os santos e a enchente.



“Enchente atinge São Pedro, São Tarcisio, Santa Terezinha, São Paulo e Santa Rita”. Clóvis. Diário do Rio Doce, 27/12/1979.


Na charge veiculada pelo Diário do Rio Doce no final de dezembro de 1979, o chargista Clóvis se refere ao fato da enchente causada pelo cheia do Rio Doce ter atingido, em sua maioria, bairros com nomes de santos como Santa Rita, São Paulo, Santa Teresinha, São Tarcísio e São Pedro.


O desenho mostra santos escondidos em moitas enquanto suas vestes secam em um varal. Podemos pensar também, que a enchente ocorrida em Governador Valadares entre novembro e dezembro daquele ano foi tão grave que nem as divindades escaparam. 

Enchente causada pela cheia do Rio Doce.


Diário do Rio Doce, 07/11/1979.

Em novembro de 1979 a enchente causada pela cheia do Rio Doce em Governador Valadares deixou cerca de 500 pessoas desabrigadas. As pessoas foram removidas das áreas inundadas por uma equipe de 250 homens do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Além disso, o 6º Batalhão da PM disponibilizou sua cantina para alimentar a população sem casa.

Os bairros mais afetados foram: Santa Rita, São Paulo, Santa Teresinha, São Tarcísio, São Pedro e a Ilha dos Araújos.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Transtornos causados pelas chuvas.

No dia 30 de janeiro de 1979, o Diário do Rio Doce trata do estado de calamidade vivido pela cidade de Governador Valadares por causa do alto índice pluviométrico registrado em janeiro daquele ano.



A primeira referência é uma foto do conjunto BNH na Ilha dos Araújos, que foi invadido pelas águas do Rio Doce. A imagem é usada como chamada para a reportagem publicada no miolo do jornal. 





Ilha dos Araújos. 
Diário do Rio Doce, 30/01/1979.

A manchete escrita em caixa alta informa e ao mesmo tempo causa alarme no leitor: “Rio Doce invade as áreas mais baixas de GV”.




Diário do Rio Doce, 30/01/1979.


Segundo a matéria, a cheia do Rio Doce ameaçava as faixas de terra às margens do curso d’água. Os bairros mais afetados eram o São Paulo, Santa Terezinha, São Pedro e também as áreas próximas ao Córrego Figueirinha. 

O texto do jornal, além de ter um caráter informativo, tem como objetivo alertar os leitores para os perigos que poderiam ser causados pelas chuvas previstas para as horas posteriores ao fechamento da edição do periódico. 

O 6º Batalhão da Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Semov estavam com suas equipes de prontidão para atender as emergências.

A situação

As partes mais baixas do São Paulo e Santa Teresinha, bem como da região lateral do Figueirinha, tinham água dentro de diversas casas e barracos, assim como no São Pedro, que é bastante baixo. Na Ilha dos Araújos, os esgotos pluviais, recentemente implantados, estão funcionando ao contrário, isto é, conduzindo água do rio para a Ilha. A Av. Rio Doce foi invadida na altura da Av. Suaçuí, mas a água retorna ao leito do Rio Doce na altura da Rua 34. A Rua 14 tem três quarteirões totalmente tomados pela água... (Diário do Rio Doce, 30 de janeiro de 1979).

A reportagem apresenta ainda quatro fotografias em preto e branco com formato quadrangular. Todas elas mostram áreas tomadas pelas águas do Rio Doce ou pela lama. A legenda é a seguinte: Esta é a situação dos bairros de Governador Valadares: muita água e lama. A população vai-se virando, porque o Semov já informou que não há como resolver o problema. Só depois das chuvas é que são feitos reparos. Em alguns bairros, como o Santa Teresinha e o São Paulo (partes baixas), as águas são do Rio Doce. 

Na mesma edição, o chargista Clóvis denuncia a precária situação da Ilha dos Araújos através de seu desenho. O personagem da charge carrega uma trouxa com seus pertences e se agarra a única coisa que sobrou em seu caminho, uma placa com a palavra “Ilha”.





 “Ilha”. Clóvis. Diário do Rio Doce, 30/01/1979. 

Chuvas em Governador Valadares.



“Chove três vezes mais que o normal”. Clóvis.
Diário do Rio Doce, 28/01/1979.


A charge publicada pelo jornal O Diário do Rio Doce em 28 de janeiro de 1979, dialoga com a história bíblica de Noé, que construiu um navio, a mando de Deus, para abrigar sua família e um casal de cada animal existente no mundo.

Assim como Noé, o personagem da charge constrói seu barco para escapar do dilúvio, que é caracterizado pelo título da imagem: “Chove três vezes mais que o normal”, enquanto os animais assistem a cena.

sábado, 13 de julho de 2013

Danos causados pelo alto índice pluviométrico de janeiro de 1979 em Governador Valadares










Diário do Rio Doce, 28/01/1979.





“Chuva de janeiro é três vezes além do normal e Rio Doce faz estragos”. Esta é a manchete da reportagem veiculada na edição do Diário do Rio Doce que foi posta nas bancas no dia 28 de janeiro de 1979. A matéria resumiu a situação da cidade de Governador Valadares frente às chuvas daquele período. 

Segundo o Diário, em janeiro de 1979 choveu três vezes mais que o esperado para a região, de acordo com a medição pluviométrica feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia. 

O Departamento Estadual de Estradas e Rodagem trabalhava em regime de plantão para atender a todas as demandas devido à cheia do Rio Doce. O ponto mais afetado em janeiro foi a Ilha dos Araújos, por sua posição geográfica. 

Alguns problemas causados pelo alto índice pluviométrico do verão de 1979 também foram elencados pelo jornal: paralisação do transporte realizado por balsa; dificuldade de fornecimento de água para o conjunto de apartamentos da Ilha dos Araújos; inundação das áreas às margens do Rio Doce como, por exemplo, ruas do Bairro São Pedro. Além disso, o bairro Santa Teresinha registrou desabamentos de aterros e obras de arrimo de sua única praça. 

Ainda de acordo com o jornal, o Semov e o Corpo de Bombeiros receberam muitos chamados de socorro por dia. No entanto, apenas duas mortes relacionadas às chuvas foram registradas naquele mês. 

A reportagem é ilustrada com 5 fotografias em preto e branco que mostram o Rio Doce, o córrego Figueirinha e algumas áreas afetadas pelas águas desses dois cursos d’água. 

A seguinte legenda determina a leitura das fotos: “As chuvas que têm caído nesta região vêm causando sérios problemas. Os cursos d’água que mais perturbam são o Córrego Figueirinha, que banha a área urbana, e o Rio Doce, por seu grande volume de água. Há vários pontos inundados, entre eles, sob o conjunto do BNH, na Ilha dos Araújos. As balsas estão paralisadas e muitos quintais e ruas invadidos”. 

As chuvas e a produção de leite em Governador Valadares.



“Produção de leite sobe mais ainda com chuvas”. Clóvis.
Diário do Rio Doce, 28/01/1979.


Diário do Rio Doce, 28/01/1979.Em 28 de janeiro de 1979, o Diário do Rio Doce veiculou uma charge sob o título “Produção de leite sobe mais ainda com chuvas”.

Apesar das duas personagens, uma vaca e o fazendeiro, o que mobiliza o leitor são os diversos baldes de leite expostos à chuva. Logo, o motivo da alta produção de leite no período não seriam as condições favoráveis de criação do gado leiteiro, mas a água “adicionada” ao produto que seria vendido ao consumidor.

Chuvas e trânsito.



Diário do Rio Doce, 26/01/1979. 


Em 26 de janeiro de 1979, o principal jornal de Governador Valadares veiculou uma fotografia da Avenida Lisboa tomada pelas águas da chuva, com dois carros populares tentando completar seus trajetos em meio à enxurrada. 

A avenida foi classificada pelo Diário do Rio Doce como umas das principais artérias do Bairro Grã-Duquesa, que ficava praticamente intransitável quando chovia intensamente na cidade. 

Além disso, o Diário atribuiu os problemas causados pelas chuvas à falta de planejamento e infraestrutura do bairro e do município em geral.

Morte de duas crianças no Córrego Figueirinha.

Em 25 de janeiro de 1979, o Diário do Rio Doce noticia que duas crianças, uma de 10 e outra de 8 anos, caíram no Córrego Figueirinha e foram levadas pela correnteza. O acidente aconteceu na ponte localizada na rua 21, entre o bairro de Lourdes e a Vila Mariana.

Nesta reportagem, para denunciar o estado precário da ponte da qual as duas crianças caíram, o periódico volta a publicar a fotografia veiculada na edição do dia 20 daquele mesmo mês com a legenda: “Nesta ponte coberta pelas águas do Figueirinha, morreram os dois meninos”. 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

As chuvas e o Serviço Municipal de Obras e Viação em Governador Valadares.


Diário do Rio Doce, 23/01/1979. 



“Semov leva todas as máquinas aos bairros quando chuva passar”. Esta é a chamada do texto noticioso veiculado pelo Diário do Rio Doce em 23 de janeiro de 1979. 

Segundo o jornal, o Serviço Municipal de Obras e Viação ainda não possuía um registro exato dos problemas causados pela chuva em Governador Valadares naquela ocasião. 

No entanto, o presidente do órgão, Ronaldo Perim, informou que todo o maquinário do Semov seria disponibilizado para reparar os danos causados pelas águas de janeiro.

Mais uma vez a Avenida Washington Luís, localizada no bairro Santa Rita, é considerada área crítica, pois havia passado a pouco por uma terraplanagem para receber asfalto. A obra precisou ser interrompida, uma vez que a avenida virou um lamaçal. 

Muitos outros bairros teriam também suas ruas intransitáveis com água empoçada e barro. Como comprovação do caos que Governador Valadares estaria vivendo por causa das chuvas, o periódico publica uma fotografia onde é possível observar uma rua coberta de lama e várias pessoas tentando andar de bicicleta em meio ao barro.





O jornal volta a abordar o tema no dia 24 de janeiro de 1979, mas desta vez através de uma charge com o título “Semov vai levar todas as máquinas aos bairros depois da chuva”.




“Semov vai levar todas as máquinas aos bairros depois da chuva”. Clóvis. 
Diário do Rio Doce, 24/01/1979



A charge retrata uma equipe do Semov caminhando em direção a um bairro completamente arruinado pelas chuvas. Através desta construção visual, o jornal critica o trabalho do Serviço Municipal de Obras e Viação. 

No desenho, os trabalhadores do órgão carregam máquinas de costura e máquinas de escrever, objetos inúteis para a tarefa que deveria ser desempenhada pelo Serviço Municipal. 

Podemos supor que o Semov não possuía número suficiente de máquinas como trator e caminhões para realizar as obras necessárias nas vias públicas.

Transbordamento do córrego Figueirinha.





Diário do Rio Doce, 20/01/1979.




Em 20 de janeiro de 1979, o Diário do Rio Doce veiculou uma fotografia, sem título e sem crédito ao autor, que retrata o transbordamento do córrego Figueirinha, no Bairro de Lourdes.

Com formato quadrangular e impressão em preto e branco, o que chama a atenção nesta fotografia é o casal de valadarenses parado em meio às águas do córrego, sendo que o homem carrega nos ombros uma bicicleta, meio de transporte bastante popular na região. O casal é observado por crianças e adultos abrigados em área seca.

A legenda da foto informa aos leitores que, em breve, aquele fato não voltaria a se repetir, uma vez que a Prefeitura Municipal de Governador Valadares, em convênio com o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS), promoveria a drenagem do córrego.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A chuva e o abstecimento


O Diário do Rio Doce, na edição do dia 16 de janeiro de 1979, tratou dos problemas de abastecimento causados pelo alto índice pluviométrico registrado em Governador Valadares naquele período.

A notícia diz respeito à alta dos preços dos produtos comercializados na Feira Livre de Governador Valadares. Os feirantes alegavam que os preços foram dobrados devido às chuvas que prejudicaram a produção e transporte dos alimentos oriundos de municípios vizinhos, como Alpercata, por exemplo. A alternativa do consumidor era procurar itens provenientes do CEASA de Belo Horizonte.
  




Essa charge de Clóvis dialoga com a matéria publicada pelo periódico, mostrando o aumento dos preços dos produtos hortigranjeiros comercializados na feira livre de Governador Valadares.  



“Chuva faz preços dobrarem na feria”. Clóvis.
Diário do Rio Doce, 16 /01/ 1979.